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Esta semana vamos falar da empreita de palma, um tesouro cultural único do Algarve, uma técnica artesanal de tecelagem com séculos de história.
Certamente já viu – ou comprou mesmo – vassouras, cestos, alcofas, malas, tapetes, bolsas, chapéus, esteiras e até candeeiros feitos das folhas secas da palmeira-anã.
A empreita de palma consiste no entrelaçar de ripas da folha da palmeira-anã, através de várias técnicas que foram sendo ensinadas, de geração em geração, sobretudo entre mulheres.
O termo empreita vem do facto de, antigamente, o trabalho ser pago ao dia, consoante a quantidade e a qualidade do produto que se produzia nesse mesmo dia.
A empreita de palma era usada na confecção de artefactos do quotidiano rural, necessários para embalar figos e alfarrobas, por exemplo, para posteriormente serem transportados. Também foi depois usada em objetos ligados à pesca e de decoração.
Este tipo de palmeira – a Chamaerops humilis - abunda nos terrenos do barrocal algarvio e é a única espécie de palmeira natural da Europa Continental.
As folhas de palma, antes de serem utilizadas na empreita, devem ser colhidas, secadas ao sol e separadas de acordo com a sua espessura.
A sua floração dá-se entre os meses de março e abril e a apanha, feita sobretudo nas serras, acontece normalmente entre junho e setembro.
A empreita de palma, como outras tradições, enfrenta desafios à sua sobrevivência. As plantas disponíveis diminuem devido à urbanização, à expansão agrícola e a mudanças climáticas. Além disso, é difícil manter os jovens interessados em aprender a arte da empreita de palma, o que resulta na falta de sucessores para os artesãos mais experientes.
Daí que em vários concelhos do sotavento algarvio, como por exemplo Tavira, exista a preocupação de promover, sempre que possível, workshops de empreita de palma.
Na vila de São Brás de Alportel, Maria João Gomes estabeleceu-se como artesã, depois de anos a viver em França, tendo aberto aí o seu atelier "Palmas Douradas". Rapidamente viu as peças que produz tornarem-se um sucesso. Chapéus, tapetes, alcofas, candeeiros e, até mesmo, ténis especiais. De tudo um pouco pode ser encontrado no atelier situado no Museu do Traje Algarvio.
Da serra para junto do mar, em Olhão, mesmo em frente ao mercado, o novo restaurante “Cestaria” escolheu basear grande parte da sua decoração interior em artefactos de empreita de palma. Assim que se entra, o teto do restaurante chama, de imediato, a atenção, com os seus candeeiros em forma de capacheiras (tipo de alcofa), obra dos artesãos do Loulé Criativo, um projeto que visa cultivar as tradições e o conhecimento sobre o artesanato local.
Onde encontrar trabalhos em empreita de palma no sotavento algarvio
Palmas Douradas em São Brás de Alportel
Cestaria Bistrô do Artesão em Olhão
Associação em Contacto Tavira promove workshops
Casa da Empreita promovida pelo projeto Loulé Criativo
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